Por que a Alpine deve fazer tudo o que puder para tirar Gasly da Red Bull?

Column

19 de agosto de 2022 no 21:10
  • Adam Newton

Após a saída de Fernando Alonso, a Alpine tem um buraco em sua dupla para 2023. No entanto, pode-se questionar o planejamento de longo prazo da equipe de francesa dado o contrato de Esteban Ocon.

Contratos longos na F1

Contratos longos estão se tornando mais comuns na Fórmula 1. Max Verstappen lidera o ranking com um contrato até 2028 na Red Bull, mas Lando Norris (2025) e Charles Leclerc (2024) também assinaram por um período mais longo por suas equipes. Um contrato mais longo para a Ocon, portanto, não pareceu uma má idéia à primeira vista.

Entretanto, há uma diferença entre os contratos de Verstappen, Norris e Leclerc em comparação com o de Ocon. Os três pilotos são claramente os melhores pilotos para sua equipe e, portanto, não é surpreendente que as mesmas queiram manter seus jovens talentos por um período de tempo mais longo e depois olhar para a posição do segundo piloto. Com Ocon, no entanto, este não é o caso.

Ricciardo se mostra muito forte

O francês voltou à F1 em 2020 depois de um ano afastado, pois a Mercedes não conseguiu encontrar um lugar para Ocon quando ele foi empurrado de lado pela Racing Point. O retorno à F1 foi recebido com desapontamento. Apesar de sua saída anunciada no início do ano, Daniel Ricciardo dominou seu companheiro de equipe. O australiano venceu o duelo de classificação de forma convincente, por 15x2 com uma diferença de 0,261s por sessão. A diferença de pontos também foi enorme: 119x62.

Com a saída de Ricciardo, o problema de Ocon ainda não foi resolvido. Fernando Alonso foi trazido como o novo líder. O espanhol teve que se readaptar após duas temporadas fora da F1, mas estava longe de estar enferrujado. O duelo nas classificações terminou empatado (11x11), mas Alonso marcou sete pontos a mais do que seu companheiro de equipe, apesar de Ocon ter vencido na Hungria.

Mais lento que Alonso

A vitória na Hungria disfarçou muito o ano do francês. Mas mesmo sob pressão, lhe foi oferecido um novo contrato até 2024. Notável para um piloto que não conseguia sequer bater seu colega de equipe, que não pilotava um carro de F1 há dois anos, e que foi deixado para trás por Ricciardo no ano anterior.

Com contrato renovado, Ocon também não vem sendo convincente em 2022. Ele marcou mais pontos do que Alonso até agora, mas isso também porque o espanhol teve muito azar devido a abandonos e decisões erradas no pit wall. Na classificação, o bicampeão mundial tem a vantagem novamente, com um placar de 8x5 e uma média de vantagem de 0,124s.

Política estranha da Alpine

A Alpine se colocou em uma posição curiosa. Tem um piloto sob contrato até 2024 que tem mostrado durante que não pode liderar a equipe. Ricciardo, que decepciona na McLaren, e Alonso são pelo menos iguais ou mais fortes durante uma temporada inteira. A saída de Alonso torna a situação da Alpine ainda mais complicada.

Com Alonso, a equipe tinha uma estrela. O bicampeão mundial pode nem sempre ser o mais fácil de lidar, mas ele é um líder nato e um excelente piloto. Com a sua partida, a Alpine tem que encontrar um novo líder, mas não há muitos para escolher. Ironicamente, o único grande nome que pode ser contratado é Ricciardo. No entanto, as chances de ele voltar são pequenas, dada a separação anterior e sua fase atual ser uma preocupação.

Portanto, a Alpine terá que contar com um jovem talento para 2023. Mick Schumacher é mencionado e Theo Pourchaire também seria um candidato. Entretanto, ambos não são capazes de liderar a equipe, que deverá ficar presa a dois "segundos pilotos". Pierre Gasly ainda seria o melhor nome para Alpine, mas ele assinou recentemente com AlphaTauri até 2023 e só pode deixar a Red Bull depois a próxima temporada. Se a Alpine quiser ter a dupla mais forte possível para 2023, no entanto, terá que fazer tudo o que estiver ao seu alcance para conseguir o francês da AlphaTauri.